LÍNGUA
PORTUGUESA E ENSINO DE MATEMÁTICA: DIFICULDADES DE PROFESSORES E ALUNOS
O
tema que minha equipe ficou responsável para aborda durante a nossa
apresentação “Língua Portuguesa e Ensino
de Matemática: dificuldades de professores e alunos”, onde esse tema relata
bem a nossa realidade, no entanto, poucos se preocupam em trabalha para evitar
que isso continue a acontecer. O propósito e a finalidade desse seminário
era que minha equipe (no caso apenas eu apresentei, por causa de imprevisto)
expressar a nossa opinião e relatar situações do cotidiano referente ao tema,
esclarecer o que está relatado no texto do seminário. De maneira que desperte o
interesse e a interação do público alvo, ou seja, os colegas de classe que
estava assistindo a apresentação. A nossa meta foi alcançada de uma maneira
explícita e deixando a aula descontraída, vendo que era preciso atrair a
atenção das pessoas ali presente.
Para iniciar, eu
(Wesley Martins) preparei uma dinâmica para relaxar o ambiente, como estava
sendo de costume em todas as equipes para que não se tornasse uma aula
entediante e desanimada. Ao fim da brincadeira, iniciei explanação do artigo
sobre “as dificuldades de
aprendizagem na matemática: algumas considerações” do qual o autor é José Augusto Florentino da Silva Licenciando em Matemática com supervisão do Prof. Cleyton Hércules Gontijo. No
entanto o artigo tratava-se do ensino da Matemática que passou por diversas
mudanças significativas. Todavia, essas mudanças não foram suficientes para
suprir as dificuldades enfrentadas pelos estudantes dessa disciplina. São
muitos os fatores que dificultam a sua aprendizagem. Dentre eles, destacar-se o
conceito pré-formado de que a “Matemática é difícil”, a capacitação inadequada
dos professores, a metodologia tradicional com ênfase excessiva ao cálculo, a
busca inadequada a novos recursos pedagógicos, a falta de contextualização e a
linguagem. E ainda inclui umas tabelas que continha uma pesquisa feita com 52
professores de ensino fundamental e médio de escolas públicas e particulares do
DF (Distrito federal).
Nas décadas de 40 e 50 do século passado, o ensino da Matemática
caracterizou-se pela memorização e mecanização, também conhecido como “ensino
tradicional”. Com isso, se exigia do aluno que decorasse demonstrações de teoremas
(memorização) e praticasse listas com enorme quantidade de exercícios
(mecanização). Todavia, os resultados desta metodologia de ensino não foram
significantes (Ponte, 2004).
Nos anos 60 os currículos de Matemática passaram por uma reformulação
acentuada, como reflexo do movimento internacional da “Matemática Moderna”. Com
uma nova abordagem, foi introduzida uma nova linguagem caracterizada pelo
simbolismo da Lógica e da Teoria dos Conjuntos. Na década de 70 foram
evidenciados o abstrato e o formal, sem objetivar as aplicações, como resultado
de novos programas elaborados no espírito da Matemática Moderna.
Nos anos 80, buscou-se valorizar, na aprendizagem da Matemática, a
compreensão da relevância de aspectos sociais, antropológicos, linguísticos,
além dos cognitivos (Brasil, 1998). Esta valorização surgiu como resposta aos
fracos resultados da aprendizagem da Matemática nas décadas anteriores. Nos
anos 90, surgiu o que ficou conhecido como “ensino renovado”, em face de se ter
verificado que não era nas tarefas de cálculo que os alunos tinham os piores
resultados, mas sim nas tarefas de ordem mais complexa, que exigiam algum
raciocínio, flexibilidade e espírito crítico (Ponte, 2004).
Nas últimas décadas o ensino da Matemática sofreu muitas mudanças significativas.
Apesar dos esforços no sentido de propor mudanças no ensino da Matemática nos
últimos anos, esta disciplina continua sendo considerada a grande vilã dentre
as áreas do conhecimento, responsável pelos altos índices de reprovação dos
alunos.
Mas o professor ainda
era visto como dono do saber, ele falava, o aluno escutava e repetia, não
participava da construção de seu conhecimento, Então, nessa época começou-se a
falar em resolver problemas como um meio de se aprender matemática. Somente nas
últimas décadas é que os educadores matemáticos passaram a aceitar a ideia de
que o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas merecia mais atenção.
Apesar da importância associada à Matemática, esta é considera uma
disciplina de difícil aprendizagem. Silveira (2002), explica que existe um
sentido pré-constituído evidenciado na fala dos alunos de que a matemática é
difícil. A autora realizou um levantamento junto a professores de Matemática,
no qual verificou que para estes essa disciplina precisa tornar-se fácil, o que
pressupõe que ela seja difícil. Estes identificam na voz do aluno que ela é
considerada chata e misteriosa, que assusta e causa pavor, e por conseqüência,
o aluno sente medo da sua dificuldade e vergonha por não aprendê-la. Como
resultado de tantos sentimentos ruins que esta disciplina proporciona ao aluno,
somado ao bloqueio em não dominar sua linguagem e não ter acesso ao seu conhecimento
vem o sentimento de ódio pela matemática. Ódio, porque ela é difícil.
Segundo Silveira (2002), os professores de matemática do ensino médio manifestaram
o sentido de jogar a culpa do fracasso dos alunos nas professoras de séries
iniciais, pelo fato de estarem despreparadas e por optarem pelo Curso de
Magistério por não gostar de matemática e para fugir dela. Ao empurrar a culpa
para longe de si, o professor faz emergir o sentido de que ensinar matemática
também é para poucos, pois ensinar uma disciplina considerada difícil dá
status, e que o professor de matemática procura manter.
O sentido da fuga toma sentido, pois “se o caminho é sem saída e cheio
de bichos maus”, a única alternativa é desviar da disciplina (Silveira, 2002).
Silveira (2002), no seu estudo, dizem que as opiniões dos alunos, quando
falavam da disciplina, revelaram sentidos repetidos de outras vozes, como ecos
de ressonância de dizeres que já foram ditos e analisados nas vozes: do
professor, das sociedades a que estes professores se filiam e da mídia. A
leitura da matemática, feita pelo aluno, mostra que traz subjacente, em sua
fala, outro discurso que faz parte da sua memória, mas no seu dizer revela as
alterações de sentidos que produz na sua interpretação como sujeito aprendente.
A matemática da sala de aula perde sua beleza, para alguns estudantes,
pois não conseguem assimilá-la. Quando têm dificuldades em entendê-la, a
disciplina transforma-se num “bicho de sete cabeças”. O professor, por sua vez,
também se vê impossibilitado de seduzir o aluno, já que este, muitas vezes,
comprova na escola que já conhecia antes de nela entrar, o mito da dificuldade
da disciplina.
Um outro fator dificultador é a baixa frequência de textos de Matemática
oferecidos aos alunos. Há muito material à disposição, como livros
paradidáticos, artigos de jornal, revistas especializadas que trazem material
sobre os grandes desafios matemáticos. Estes recursos permitem que o aluno
adquira uma percepção mais abrangente da Matemática, saindo um pouco do esquema
tradicional apresentado em sala de aula.
A memorização de uma nomenclatura diferente e muito precisa introduz componentes
que não são usuais na vida diária, tal fato é um dos principais motivos
dificultadores à aprendizagem da Matemática. Portanto, o aprendizado da
Matemática, que depende muito de símbolos próprios e específicos, se tornam
mais inacessível (Markarian, 1998).
As dificuldades inerentes à linguagem e ao simbolismo matemático obrigam
a tomar o devido cuidado na utilização de tais instrumentos no ensino. A
linguagem em si não motiva. Entretanto, os professores tendem a insistir numa
abordagem formalizante que só afasta ainda mais os alunos da disciplina. Nenhum
aluno pode interessar-se por algo em que não veja algum elemento que satisfaça
ou desperte sua curiosidade. É importante introduzirmos linguagens e
simbolismos por necessidades práticas quando são necessários para auxiliar o
aprendizado de coisas verdadeiramente relevantes.
Falar
de dificuldade em Matemática é simples quando dizem que se trata de uma
disciplina complexa e que muitos não se identificam com ela. Mas essas
dificuldades podem ocorrer não pelo nível de complexidade ou pelo fato de não
gostar, mas por fatores mentais, psicológicos e pedagógicos que envolvem uma
série de conceitos e trabalhos que precisam ser desenvolvidos ao se tratar de
dificuldades em qualquer âmbito, como também em Matemática.
Um
dos problemas mais evidenciados pelos professores de todas as áreas do
conhecimento está relacionado às dificuldades de escrita e leitura dos alunos.
Em geral os professores afirmam que os alunos não interpretam adequadamente as
questões propostas, apresentam dificuldades de argumentar seus pontos de vista
e não conseguem resolver situações problema. Essa constatação se torna mais
visível quando se focaliza o ensino aprendizagem da matemática.
Tradicionalmente,
Matemática e Língua Portuguesa não dialogam na escola. Há uma tradição que “o
indivíduo que é bom em Matemática não o é em Língua Portuguesa”. As práticas de
sala de aula têm reforçado essa premissa, e o professor ou o planejamento
pedagógico das escolas, dificilmente, oportuniza uma aproximação entre esses
dois componentes, de forma intencional.
Muitas crianças quando
ouve a frase “Matemática é difícil”, vão conclui logo que a “Matemática é
chata” ou que “não gosta de Matemática”. Mas na verdade esta frase trata se de
que ela é “complicada”, ou seja, precisa ser estudada com mais atenção, não que
seja mais ou menos importante que as outras disciplinas. Foi reconhecido não apenas pelos alunos, como
também no contexto histórico da disciplina, bem como, identificado nas atitudes
de profissionais de educação que “Para despertar o prazer de aprender
Matemática” propõem “a Matemática des-com-pli-ca-da”. Assim, através
de seus programas querem despertar um prazer que reconhecem como inexistente
com a finalidade de descomplicar o que é complicado. O professor, por sua vez,
também se vê impossibilitado de seduzir o aluno, já que este, muitas vezes,
comprova na escola que já conhecia antes de nela entrar, o mito da dificuldade
da disciplina.
A língua
portuguesa e a matemática estão presentes em praticamente todo o
ensino básico (Brasil) e elas precisam ser pensadas com maior proximidade
dentro de seus currículos, principalmente da língua portuguesa para com a
matemática. Precisamos cada vez mais aliar os conhecimentos, eles não podem ser
dissociados; de algum modo eles são dependentes. A Matemática tem
muito de leitura, de análise, de interpretação, de lógica; ela necessita da
língua e de linguagens. No nosso caso, o Português é muito importante
para o entendimento de conceitos e situações-problemas.
A
mudança no ensino da Matemática que precisa ser feita é saber relacionar a
Língua Portuguesa e a Matemática, para que os alunos tenham uma compreensão
melhor na hora de resolver uma situação-problema, ou seja, aprender interpretar
o que a questão está pedindo e quais as informações que ela oferece para que o
aluno tenha sucesso na sua resolução. Mas para que isso ocorra é necessário que
uma preparação mais qualificada na formação dos profissionais da educação.
Grande
parte dos professores da disciplina de Matemática, na Educação Básica, ouve com frequência de seus alunos: “O que isto quer dizer?” ou “É de multiplicar ou de
dividir?” referindo-se a um enunciado ou à tentativa de resolução de um
problema. Esses mesmos professores dizem: “Os alunos não sabem interpretar” ou
“Os alunos não sabem o que o problema pede”, ou ainda, “Os alunos não sabem
Língua Portuguesa, por isso, não conseguem resolver os problemas.” Com isso os
professores do ensino fundamental colocam a culpa nos professores das series
iniciais, que não estão preparando bem os alunos.
O primeiro grupo de itens que será apresentado
refere-se às percepções dos professores em relação ao insucesso em matemática
como decorrente dos métodos e técnicas de ensino utilizado no cotidiano
escolar.
TABELA I: O insucesso e Matemática e os
métodos e técnicas de ensino (%)
O segundo grupo de
itens refere-se à aspectos relacionados às práticas docentes, envolvendo o
planejamento de ensino, a avaliação da aprendizagem e a própria formação
profissional para organizar o trabalho pedagógico com a matemática.
TABELA II: O insucesso em matemática e a
conduta dos professores.
TABELA III: O insucesso em matemática e
a conduta dos professores.
Nota-se que a maioria
dos 52 professores de ensino fundamental e médio de escolas públicas e
particulares do DF concordam que ainda precisa ser feitas mudanças no ensino
básico. Mas não podemos analisar a dificuldade de aprendizagem
da Matemática sem nos perguntarmos, ao mesmo tempo, o que é em que consiste e
para que serve fazer matemática. A presença da Matemática na escola é uma consequência de sua presença na sociedade e, portanto, as necessidades
matemáticas que surgem na escola deveriam estar subordinadas às necessidades
matemáticas da vida em sociedade.
As dificuldades encontradas pelos estudantes quanto à aprendizagem da
Matemática não são motivadas exclusivamente pelas características da
disciplina. Essas dificuldades são reflexos, também, da capacitação deficitária
dos professores, da busca inadequada de novos recursos pedagógicos e da falta
de contextualização.
A busca de solução para essa problemática passa, necessariamente, por
uma renovação da escola. É preciso que essa escola se torne um espaço motivante
de trabalho e de crescimento pessoal e social. Para isso é necessário uma
mudança nos mais diversos níveis, incluindo as práticas pedagógicas, o
currículo, o sistema educativo e a própria sociedade em geral.
No caso do ensino da Matemática, as possibilidades de mudança devem ser
resultado de uma constante reflexão do professor sobre sua prática, buscando
sempre novas maneiras de trabalhar com os problemas encontrados no dia-a-dia.
ANEXOS: